segunda-feira, 26 de julho de 2010

Para minha avó



Hoje é o dia das avós, dia de Sant’ana a avó de Jesus.Toda vez que penso na minha avó, lembro quando eu tinha uns 5 anos e ficava na casa dela enquanto meus pais trabalhavam.Todos os dias minha mãe me deixava na casa dela por volta das 6 da manhã e eu logo corria para assistir o gato Felix.
E o sono chegava logo em seguida, quando eu corria para o quarto dela e só acordava quando sentia o cheirinho de erva cidreira do chá que ela preparava todas as manhãs.
Algum tempo depois além de mim, minha vó passaria a cuidar de mais uma criaturinha, Ringo nosso cachorrinho que ia pra lá dentro do meu carrinho de bonecas ou bem aconchegado dentro do meu agasalho.
Ir para a casa dela era sempre tão bom.Eram tantos aromas, tantas travessuras (eu adorava cortar as plantas dela para fazer sopas para minhas bonecas ou usava os cinzeiros da casa para fazer piscinas para as formigas).
E nos domingos então que todos primos estavam lá? Era diversão regada a muito guaraná e bolacha de todos os tipos.Claro isso para quem chegava  tarde e não tinha a sorte de comer a costumeira macarronada com frango.
Quando mudamos pra MG tive que abdicar de toda essa mordomia, mas por pouco tempo.Dois anos depois ela também se mudaria para lá e agora éramos apenas eu e minha irmã desfrutando da atenção dela.E era tão gostoso dormir lá e tomar chá com bolinhos enquanto assistimos a novela das 9. Ou melhor ainda como era gostoso chegar do teatro nas noites frias e tomar aquela sopinha apimentada que só ela sabia fazer.
Há 8 nos vemos em raras ocasiões já que voltei pra Sampa e os 81 anos dela a impedem de viajar com muita freqüência. Mas quando penso nela vejo aquela senhorinha baixinha de longos cabelos brancos arrumados em um coque.Tudo isso com um visual bem comportado quase sempre com um casaquinho rosa tão cheiroso. Ela sempre foi tão cuidadosa com a aparência e estava sempre cheirosa e arrumadinha.
Hoje vejo que ela nunca foi perfeita mas tentou dar o melhor de si para ser a avó maravilhosa que ela sempre foi.

Joyce de Almeida

Um comentário:

  1. Pena que na minha família as minhas vós sempre quiseram arranjar encrenca.

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