segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De fraque e gel no cabelo


Logo você será um homem casado e ao saber da notícia assim crua, enviada em um simples tweet, eu me perguntei: será que você vai usar fraque e gel no cabelo nesse dia tão importante da sua vida?


Eu custo a acreditar nisso já que a imagem que sempre tenho de você é a figura daquele garoto magricela de 15 anos de idade, usando bermudas e sandálias Havaianas junto com a camisa do colégio.E cabelo sempre despenteado cuidadosamente escondido em um boné pra lá de surrado. Não definitivamente você não combina com fraques e sapatos italianos, pelo menos não na minha imaginação. E você era tão despreocupado quando veio para nosso grupo e recebeu o apelido de molambo e parecia nem se preocupar com mais esse rótulo.
Mas para mim o mais engraçado disso tudo é que você sempre dizia que eu me casaria antes de ti. E olha só as voltas que o mundo dá. Você se casará meu amigo, antes de mim. E eu nem sei por que fiquei tão espantada afinal você já é pai e nada mais esperado do que casar-se com a mãe de sua filha. E todos os nossos amigos daquela época estão mesmo se casando. Todos parecem tão felizes em suas fotos do Facebook vivendo casamentos perfeitos. E eu do fundo do meu coração espero que você seja o próximo a exibir fotos de amor eterno.

Mas vou ficar aqui ainda digerindo as conseqüências de perder meu melhor amigo. Recordando todas as vezes que fui para sua casa estudar logo depois da aula. E como era bom fazer uma preguicinha deitada na sua cama enquanto sua mãe preparava aquele delicioso e apimentado macarrão que só ela sabe fazer, devo confessar que nunca comi um macarrão tão gostoso como o que sua mãe fazia.
Eu vou ficar aqui recordando das brincadeiras de adolescente. Dos nossos sentimentos misturados. Da sua ausência na minha despedida quando voltei para São Paulo. E do nosso reencontro quase oito anos depois e da conversa jogada fora sentados na porta do colégio onde nos conhecemos.

Quero me lembrar do nosso último abraço no seu carro. Se eu soubesse que aquele abraço seria o último eu juro que não teria reclamado do seu perfume, eu juro que teria abraçado você com mais força. Eu juro que teria te pedido perdão por todas as vezes que fui cruel com você.

Mas agora meu amigo você está prestes a jurar amor eterno para uma mulher que não gosta de mim, mas eu não devo culpá-la. No lugar dela eu também me odiaria e talvez por isso eu não esteja presente nesse grande momento da sua vida. Talvez seja melhor ficar de longe apenas enviando boas vibrações para essa nova etapa da sua vida.
E nesse momento meu amigo- irmão faço minhas as palavras do poeta: que seja eterno enquanto dure e que dure para sempre…


Seja imensamente feliz......


Joyce de Almeida




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