Rua é via pública, logo é lugar de todo mundo. Gente de tudo quanto é jeito, indo de lá pra cá, vivendo suas vidas em meio a carros, ônibus, cachorros, lojas e pessoas desconhecidas todas juntas mas ao mesmo tempo cada uma em seu universo particular.
No meio de uma das avenidas mais movimentada e considerada "chique" (não faço a minima do porque) se deu o seguinte fato:
De repente uma buzina em seguida uma voz feminina gritando o José. Josééééééé (meio estridente). Caminho mais uns passos e vejo um homem parado junto ao meio fio estacionando sua carroça cheia de papelões e caixas de madeira, subindo a rua uma mulher, baixinha, gordinha e roupas surradas, ergue a mão segurando uma lona azul em direção ao José da carroça. Ele pega a lona das mãos da mulher e agradece. Iniciam uma conversa animada, vejo sorrisos, braços e mãos que gesticulam no ar, continuo minha caminhada.
Mais a frente, um celular toca, era o do José que prontamente atendeu. Alguns segundos de conversa animada e José chama a mulher mais perto, ela se aproxima e para na sua frente, José segura o celular na orelha dela para que fale também. Continuei andando e vendo a cena dos dois: sorriso no rosto, conversa animada, ela ria e falava alto, clima amigável.
Foi nessa hora que olhei a minha volta e percebi que todos seguiam seu caminho, continuavam seu trajeto. Será que mais alguém notava? Talvez, os outros também estivessem reparando na cena, mas eu dentro do meu universo pessoal entrei na história como expectadora cena de Matrix, quando tudo ao redor se congela e só vc vê o que acontece num determinando local.
Da série: Coisas que só eu vejo.
Milena Evelyn

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